969-capitulo-7
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Tradutor: Crystalis | Revisor: Gabixx
“…Minha senhorita. Está chorando?”
Do que ele está falando? Virei a cabeça rapidamente, focando novamente no fogo.
“Não estou chorando.”
“Mas está.”
“Eu disse que não estou.”
“Não, tenho certeza de que é uma lágrima… Droga, ela acabou de cair na sua bochecha.”
“Está seco, então passei um pouco de água no rosto.”
“Não acha que é uma desculpa bem ruim?”
Lancei um olhar cheio de lágrimas para ele, que finalmente calou a boca.
‘Certo, estou chorando. E daí?’
Quanto mais eu pensava, mais irritante ele se tornava.
Mesmo quando eu estava vulnerável, de costas para os zumbis, gritando para ele pegar minha mão—ele estava me testando o tempo todo.
‘E se minha mão tivesse escorregado? E se eu tivesse soltado sem querer? Você tem ideia de quão apavorada eu fiquei…?’
Só de lembrar, meu coração acelerava de ansiedade.
Enquanto as lágrimas escorriam com a raiva crescente, o Príncipe Herdeiro, que sempre parecia calmo, de repente ficou desconcertado, suas pupilas tremendo.
Deixei algumas lágrimas caírem e comecei a esfregar os olhos com força usando o dorso da mão, tentando apagar tanto as lágrimas quanto a raiva que as acompanhava.
Respirei fundo, de forma trêmula, tentando me acalmar.
Uma brisa forte soprou, trazendo o cheiro fresco de vegetação molhada, limpando minha mente nublada.
Enquanto o ar frio acalmava minhas emoções turbulentas, uma onda de constrangimento tomou conta de mim. Esfreguei os olhos novamente com a mão, e o Príncipe Herdeiro gentilmente segurou meu queixo, virando meu rosto para ele.
Ele estava bem mais calmo agora, em total contraste com seu pânico anterior.
“Estão vermelhos.”
Ele franziu levemente a testa enquanto limpava a área ao redor dos meus olhos com os dedos.
A expressão preocupada no rosto dele, como se pensasse que eu realmente estava magoada, era quase engraçada.
“Espere aqui.”
Ele soltou meu rosto com cuidado e foi até o lago, tirando um lenço do bolso.
‘Então ele carrega um lenço? Isso realmente não combina com ele.’
Depois de molhar o lenço no lago, ele voltou, torcendo o excesso de água antes de colocá-lo suavemente sobre meus olhos.
A frieza acalmou o calor das minhas pálpebras, e inclinei a cabeça para trás, sentindo-me muito melhor enquanto permitia que ele cuidasse de mim.
Depois de um momento, sua voz calma quebrou o silêncio.
“Peço desculpas mais uma vez.”
“…”
“Não percebi que você gostava tanto de mim a ponto de chorar por mim.”
Que diabos ele está falando?
“Estava realmente tão preocupada comigo?”
“…Vai continuar falando bobagem?”
Não consegui manter minhas palavras educadas, mas não importava—estávamos presos em uma zona de zumbis, sem ninguém para nos ouvir ou nos ver. Quem se importa em respeitar a realeza numa situação dessas?
Se o Príncipe Herdeiro sentia o mesmo ou se estava genuinamente arrependido, ele não se deu ao trabalho de apontar minha falta de decoro. Em vez disso, ouvi uma risada fraca vindo dele.
Quando o lenço começou a esquentar, afastei a mão dele.
A visão embaçada do fogo ficou nítida enquanto meus olhos clareavam.
“Pelo menos não vai inchar.”
O Príncipe Herdeiro me olhou de relance, depois se sentou ao meu lado, descansando o braço que segurava o lenço sobre o joelho.
Eu funguei e lancei-lhe um olhar de soslaio. Seu perfil reluzia no brilho vermelho do fogo.
‘Por mais que eu odeie admitir, ele é irritantemente bonito.’
Mas meu orgulho não me deixaria reconhecer isso em voz alta, então mudei de assunto.
“…Já que salvei você, ganhei a aposta.”
“Agora que mencionou, não combinamos qual seria o prêmio. Diga o que deseja; eu concederei, seja o que for.”
Quando estendi meu dedo mindinho em sua direção, as sobrancelhas do Príncipe Herdeiro se ergueram.
“Está pedindo para eu cortá-lo? Não posso prometer que o corte será limpo.”
“Quem falou em cortá-lo?!”
Recuando horrorizada, ele riu.
Ele sempre fora rápido para rir, mas, até então, havia uma rispidez nisso. Agora, ele parecia um pouco mais relaxado.
Olhei para ele com leve irritação e expliquei:
“É uma promessa de mindinho.”
“Uma… promessa?”
“Por que está agindo como se nunca tivesse ouvido falar disso antes?”
“Faz tempo que ouço essa palavra: promessa.”
“Desculpe se soa infantil, mas eu preciso disso.”
O Príncipe Herdeiro encarou minha mão com uma expressão complicada.
“Não é que seja infantil, é só que… não acha estranho? O conceito de uma promessa?”
“O que há de estranho em uma promessa?”
“É algo baseado em confiança, uma lei invisível do coração. Mas quantas pessoas realmente as cumprem?”
“Mas você vai cumprir, não vai?”
Ele pareceu momentaneamente sem palavras, seus olhos brilhantes tremendo com incerteza.
Aquele mesmo olhar novamente.
O mesmo olhar inocente e desconhecido que ele tinha quando eu o salvei.
Não era que eu confiasse nele sem motivo. Dada sua desconfiança em relação às pessoas, imaginei que ele odiava mentiras o suficiente para manter uma promessa de mindinho.
‘Acho que ele está entendendo algo errado… mas não preciso corrigi-lo.’
Sentindo-me um pouco desconfortável, mexi os dedos.
“Vai deixar meu dedo esperando?”
Com uma risada pequena, ele entrelaçou seu mindinho no meu e o balançou algumas vezes, de brincadeira.
“Eu prometo. Seja o que for que você desejar, eu concederei.”
“Você realmente promete?”
Ele assentiu sem hesitar, como se dissesse: “Claro, sou o Príncipe Herdeiro. Por que eu mentiria?”
A facilidade com que ele concordou parecia estranhamente fora de lugar.
Puxei minha mão rapidamente e peguei minha garrafa de água.
O lugar onde sua pele quente tocou a minha parecia estranhamente vazio.
Parecia que ele sentia o mesmo, pois olhou para seu dedo mindinho e murmurou para si mesmo:
“Já me arrependi disso.”
“Do que se arrepende?”
Enquanto eu ponderava se pediria um perdão ou alguns bens valiosos como meu desejo, abri a garrafa e tomei um gole, apenas para ser interrompida por suas palavras.
“Meu secretário fez com que seu noivado fosse cancelado. Disse que Redria Arios tem um temperamento tão feroz quanto o meu, então é totalmente inadequada como candidata a Princesa Herdeira—”
Pfft!
Acabei cuspindo água diretamente na direção dele.
O Príncipe Herdeiro fez uma careta, limpando o rosto molhado com a mão antes de sacudir a água.
“…Totalmente inadequada como Princesa Herdeira, aparentemente,” ele terminou.
Tossindo, encarei-o em choque.
‘Quem, em sã consciência, tentaria me emparelhar com esse lunático?’
‘Claro, ele estava se referindo a Redria, não a mim pessoalmente, mas só a ideia de ser considerada como uma candidata já me dava arrepios.’
“Você está me dizendo que ainda sou uma candidata?”
“Se fosse, imagino que sairia correndo.”
“Você disse que foi o seu secretário que fez essa avaliação severa?”
“Quer esmagar o crânio dele? Seria perfeito, na verdade. Adoraria que alguém calasse aquela matraca.”
O Príncipe Herdeiro riu, suas palavras eram duras, mas seus olhos estavam calorosos.
‘Ele realmente deve confiar nesse secretário.’
Era ele quem havia corrido para tentar resgatar o Príncipe Herdeiro enquanto ele estava preso na zona de zumbis. Ele parecia ser a única pessoa em quem o Príncipe realmente confiava.
‘Então até mesmo este homem desconfiado consegue colocar sua fé em alguém.’
Sentindo-me estranhamente inquieta, empurrei a garrafa de água de volta para a mochila.
“Já que estamos nesse assunto, deixa eu perguntar: você está vendo alguém?”
“Não, não estou.”
“Não é surpresa, dado seu histórico de causador de problemas.”
“…”
‘…Esse homem tem o carisma de um sociopata.’
“Por que está perguntando?”
O Príncipe Herdeiro sorriu preguiçosamente enquanto se virava para me olhar.
“Então que tal se casar comigo?”
O quê…?
Um vento repentino soprou, fazendo as folhas delicadas farfalharem e jogando seu cabelo para trás.
Seus olhos, sombreados pelo contorno de sua testa, cintilaram com um brilho quase sobrenatural sob o luar enquanto ele me encarava intensamente… Para ser sincera, meu coração deu um salto.
Quem não ficaria tocado por uma cena tão bela, como se fosse uma pintura viva?
Se não fosse pela raiva borbulhando dentro de mim, talvez eu tivesse assentido sem pensar duas vezes.
Mas vamos lembrar de algo:
Esse é o mesmo lunático que sorriu para os zumbis e usou sua própria vida como moeda de troca para me testar.
“Não me diga que você se apaixonou por mim porque eu salvei você mais cedo?”
“Hah, de jeito nenhum.”
Ele soltou duas risadas secas, como se a ideia fosse completamente absurda, o que só me deixou ainda mais irritada.
“…Então por que quer se casar comigo?”
“Acho que seria divertido ter você por perto naquele palácio tedioso. Estou me divertindo agora, também.”
…Claro, deve ser maravilhoso se divertir enquanto há zumbis cercando a floresta.
Usei minha mochila, cheia de comida e suprimentos, como travesseiro e virei as costas para ele, deitando-me.
“Se vai continuar falando besteira, vou dormir. Faça o que quiser—dorma ou fica acordado.”
Falei de forma curta, e acima de mim, ouvi o Príncipe Herdeiro rir.
Com os olhos fechados, senti ele mudar de posição. A brisa fria que estava gelando minhas costas desapareceu.
O Príncipe Herdeiro, agindo como um corta-vento… Talvez ele realmente se sentisse mal por me fazer chorar.
“Me acorde depois de um tempo. Eu fico de vigia depois.”
“Como desejar.”
Com isso, senti seus dedos gentilmente colocando para trás uma mecha solta do meu cabelo.
Quando estremeci, sua mão tremeu levemente enquanto ele ria suavemente. Mesmo depois que o som da risada desapareceu, seus dedos continuaram a tremer ligeiramente contra minha bochecha, deixando-me com uma vaga sensação de curiosidade.