Capítulo 1
💸Vamos fazer da poupança um hábito💸
Tradução: Manteiga
Revisão: Daniel
Episódio (01)
perdi toda a minha fortuna no jogo.
— senhorita, você está bem…?
quando um senhor idoso por perto perguntou isso com preocupação, tania esboçou um leve sorriso nos lábios.
— estou bem. é só que minha vida está arruinada.
suas palavras tornaram o ambiente ao redor ainda mais sombrio, mas tania riu calmamente.
ela tinha um rosto jovem e bonito, parecia estar à beira da idade adulta. não combinava em nada com a casa de apostas.
— pensar que alguém como você se preocupa com os outros num lugar desses… você é bem gentil.
tania enrolou uma mecha de seu cabelo rose gold macio no dedo.
— hah, acho que apostas realmente não são para mim. essa foi por pouco.
diante disso, as pessoas ao redor a olharam com expressões que pareciam dizer: “já parece que algo sério aconteceu.”
— não sei o quão rica sua família é, mas essa quantia de dinheiro…
mesmo com as preocupações vindo de todos os lados, tania apenas sorriu entediada.
— você tem razão. é uma quantia que poderia destruir alguns prédios no coração da capital.
afinal, ninguém conhecia melhor do que ela o valor daquele dinheiro.
— mas, dessa vez, não foi culpa minha. o outro lado trapaceou distribuindo cartas do fundo do baralho, então eu não tinha motivo para perder meu dinheiro, certo?
ela havia memorizado todas as cartas, mas elas continuavam saindo diferentes das suas previsões, o que já era prova suficiente.
— é por isso que dizem para não jogar contra profissionais.
estalando a língua, com um olhar que dizia ter apenas perdido tempo, tania de repente deu de ombros levemente.
— mas está tudo bem. eu posso simplesmente usar meus poderes para consertar isso.
afinal, ela também não havia jogado de forma justa, já que memorizou as cartas antes.
como se estivesse prestes a virar a mesa, as palavras de tania fizeram os guardas se aproximarem cautelosamente.
sentindo a pressão física, ela franziu a testa, como se achasse aquilo uma pena.
— infelizmente, não sou muito forte fisicamente. mas, pelo menos, tenho o hábito de salvar tudo. sortuda, não acha?
com um sorriso radiante, tania apresentou gentilmente seu lema pessoal para os que estavam ao redor.
— pessoal, façam do hábito de salvar uma parte da vida de vocês. backups não são opcionais — são essenciais.
[carregando ponto 1.]
num instante, o cenário girou e mudou.
assim que tania usou seu poder, todos no salão de apostas, incluindo ela mesma, desapareceram, deixando apenas o silêncio para trás.
não, não era que as pessoas haviam sumido. tudo o que acabou de acontecer foi apagado da existência.
✦ ✦ ✦
eu mexia inquieta nos dedos em frente a uma porta bem fechada.
era bom visitar elysion, meu único amigo, antes de partir para longe.
mas o pensamento de que seria a última vez tornava difícil bater na porta.
… espera um segundo. nós somos mesmo amigos?
de repente ponderando sobre a ambiguidade do nosso relacionamento, sacudi a cabeça para afastar o pensamento e bati suavemente na porta.
— sion, sou eu.
uma voz baixa escapou do outro lado da porta do laboratório de elysion.
— não existe ninguém com esse nome.
como é que é? então de quem é essa voz tão familiar que estou ouvindo agora?
por um momento, considerei forçar a porta, mas minha teimosia me fez esperar que ele a abrisse por conta própria.
— tudo bem. vou prender a respiração até você abrir a porta.
e então, dez minutos depois…
com uma expressão de traição, levantei a voz alto o suficiente para que ele ouvisse.
— seu assassino!
não abrir a porta por tempo suficiente para matar alguém — quanta frieza!
nesse momento, como se minha voz finalmente tivesse surtido efeito, a porta trancada tremeu e se abriu por meio de magia.
eu sabia que você acabaria abrindo.
dando de ombros levemente, entrei no laboratório dele.
— oi. você parece ocupado.
elysion, que movimentava a pena com rapidez, a colocou de lado calmamente e voltou o olhar para mim.
— tania, não te pedi para me avisar com um ano de antecedência se precisasse de mim?
um sorriso travesso estava estampado no rosto de elysion enquanto ele falava.
se ele está pedindo um aviso com um ano de antecedência, isso basicamente não significa que ele não quer aceitar o pedido de jeito nenhum?
— só vim porque queria te ver hoje. devo ir embora de novo?
— … bem-vinda ao meu laboratório.
aparentemente satisfeito com minha afirmação de que tinha vindo apenas para vê-lo, ele se levantou e começou a preparar o chá pessoalmente.
ele me lançou um olhar intrigado, enquanto suas mãos continuavam ocupadas.
— veio me ver sem nenhum pedido…?
— é a primeira vez.
— aconteceu alguma coisa?
suas palavras acertaram em cheio, e por um momento, não consegui esconder minha expressão.
rapidamente recuperando a compostura, perguntei em um tom travesso:
— sion, você já perdeu acidentalmente ou injustamente um dado no qual trabalhou muito?
tipo quando você está prestes a salvar um arquivo e, de repente, aparece uma tela azul.
ou a energia acaba bem antes de apertar salvar.
ou você sobrescreve um arquivo concluído com outro por engano.
ao ouvir minha pergunta, elysion franziu a testa com desgosto.
— por que está falando dessas coisas horríveis de repente?
— ah, sua expressão está impagável.
sorri de canto. sua reação foi ainda mais divertida do que eu esperava.
bem, ele é um mago, então deve ter enfrentado muitos desastres assim.
por exemplo, pesquisas de meses sendo destruídas por uma explosão durante um experimento…
— de qualquer forma, como você se sente quando isso acontece?
— como se quisesse largar tudo.
— e?
— queria poder voltar no tempo.
— exatamente.
sorri e finalmente coloquei para fora o pensamento que vinha guardando de todos.
— na verdade, é assim que me sinto com minha vida agora. pela primeira vez, quero voltar atrás.
— tania.
os olhos azuis de elysion se anuviaram.
— sua vida é brilhante como é. por que pensaria assim?
deixei escapar uma risada amarga e autodepreciativa.
— tenho dinheiro, claro. mas não tenho uma família com quem compartilhar minha felicidade.
— … quer que eu seja seu marido?
ri baixinho da brincadeira dele.
— sion, você não sabe disso, mas eu tive alguém muito precioso para mim, quase como uma família. ele faleceu há cinco anos.
tio aiden.
ele passou a vida lutando só para me criar, mesmo sem ser meu pai de verdade.
como eu poderia simplesmente deixá-lo ir, desejando que descansasse em paz?
para mim, só havia uma escolha.
deixar para trás tudo o que construí aqui e ir ao encontro dele.
depois que tio aiden faleceu, reuni informações para a próxima vida.
desde grandes questões, como condições climáticas passadas e tendências políticas, até pequenos detalhes, como escândalos entre nobres.
já havia decidido abandonar esta vida no momento em que confirmei sua morte, então não me importava em perder tudo o que construí.
a única coisa da qual sentia um pouco de arrependimento era…
olhei silenciosamente para elysion.
seus cabelos prateados brilhavam sob a luz, e seus olhos azuis me lembravam o mar.
apesar das inúmeras noites sem dormir trabalhando, não havia uma única imperfeição em seu rosto.
sempre achei que sua beleza impressionante parecia um favoritismo divino.
de repente, baixei a cabeça e, antes que ele pudesse reagir, agarrei sua gola e o beijei.
o calor de seus lábios contra os meus era inconfundível. meu coração acelerou de forma agradável.
após o breve beijo, recuei com um sorriso tímido.
— considere isso um presente de despedida.
— hã…?
ele me olhou chocado, como se nem tivesse registrado minhas palavras sobre ser um presente de despedida.
o tempo passou, e quando ele finalmente entendeu o que aconteceu, o rosto de elysion ficou completamente vermelho.
cobrindo a boca com as duas mãos, num gesto desajeitado e nada típico dele, ele recuou apressado.
— v-você…!
segurei o riso, mordendo o lábio, e soltei uma risadinha travessa.
— sion, você gosta de mim?
— … o quê?
ele me encarou, atordoado por um momento, antes de soltar, aflito:
— como assim? você sempre foi a primeira a gostar de mim!
— hã?
pisquei, confusa.
sempre mantive distância propositalmente, sabendo que um dia teria que me separar dele.
e, no entanto…
pensando bem, desde o momento em que nos conhecemos, ele foi quem me procurou todos os dias sem motivo aparente.
ele atendeu a todos os meus pedidos, por mais triviais que fossem, sem reclamar.
e agora, ele achava que eu gostava dele?
inclinei a cabeça, curiosa.
— por que acha isso?
— porque…!
ele abriu a boca para dizer algo, mas hesitou e mordeu o lábio.
sorri e cutuquei levemente sua bochecha com o dedo.
— se você não tem sentimentos por mim, isso é um alívio.
assim posso partir sem arrependimentos.
engolindo o restante dos meus pensamentos, olhei para elysion com um sorriso radiante.
— se cuida.
e, com isso, fechei os olhos e usei meu poder.
[para qual ponto deseja retornar?]
▶ ponto 1
ano imperial 286, 28 de setembro
19:41:42 (idade: 19)
▶ ponto 2
ano imperial 286, 1 de agosto
15:50:29 (idade: 19)
▶ ponto 3
ano imperial 286, 1 de outubro
12:41:42 (idade: 19)
▶ ponto 4
ano imperial 274, 20 de abril
13:07:42 (idade: 7)
a maior vantagem de salvar e carregar um ponto é saber que sempre se pode abandonar o fracasso e recomeçar.
sim, eu planejava reiniciar minha vida.
se não fosse pelo fato de que era o único momento em que tio aiden ainda estava vivo, eu não teria voltado…
para quando eu tinha sete anos, a pior época da minha vida.
✦ ✦ ✦
— se cuida.
— tania, o que você quer dizer com isso…?!
as palavras de elysion ficaram no ar quando ele percebeu que não estava mais no laboratório onde tania estava, mas sim em um quarto desconhecido.
percebendo que tania mais uma vez havia voltado no tempo, ele cerrou os dentes em frustração.
— agora você até me beijou e quer fingir que nada aconteceu?
ha! aquilo era um absurdo.
se nada mais, ela deveria ter deixado um evento tão monumental em sua memória.
e se despedir como se nunca mais fossem se encontrar? agir como se fosse desaparecer para sempre.
ele não sabia o que ela estava planejando, mas não podia simplesmente deixá-la ir.
os olhos azuis de elysion brilharam afiados, como os de um predador que encontrou sua presa.
— se você seduziu alguém assim, é melhor assumir a responsabilidade.
mas, naquele momento, ele ainda não percebia…
que tania havia retornado para um ponto muito mais distante do que jamais antes.
Continua…
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